Oriunda de uma família católica, a jovem, de 30 anos, cresceu a ouvir falar das Aparições de Fátima e a sonhar que um dia viria a Portugal. Quis o destino - e o talento - que ela concretizasse o seu desejo e quando veio para cá, em 2017, fixou-se em Leiria, para estar perto do altar do mundo. E assim que chegou ao nosso país veio logo ao santuário.
"O meu treinador fez-me uma surpresa e eu fiquei muito contente", recorda a lançadora de peso, que representa a Selecção desde 2019. E diz não ter palavras para descrever o que sentiu: "Senti uma sensação que não consigo explicar, senti mesmo uma presença, fiquei muito, muito feliz", afirma a jovem portuguesa, que, nesse dia, pediu a Nossa Senhora de Fátima que a acompanhasse durante a sua permanência em Portugal.
Volvidos cerca de quatro anos, sempre que pode vem a Fátima. A última vez foi antes de rumar à Polónia e, depois, no regresso a casa.
Habituada a bater recordes e a somar títulos atrás de títulos (a título de curiosidade, foi uma das grandes revelações dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro ocupando um lugar entre as 12 melhores do mundo), Auriol não esconde que a medalha conquistada nos Europeus de Atletismo teve um sabor especial.
"Foi a minha primeira representação pela Selecção Nacional", salienta. Por outro lado, confessa que não estava à espera de tantas manifestações de carinho e apoio, afirmando que é "muito reservada". Destaca ainda o momento em que ouviu o hino nacional, referindo que foi vivido ";com muita emoção… pensei em todas as pessoas que gostam de mim aqui em Portugal, em quem está sempre a ajudar-me e a dar-me força".
Já com o lugar garantido nos Jogos Olímpicos de Tóquio, agendados para este Verão, Auriol mostra-se contida nas expectativas: "Vou continuar a trabalhar, vou dar o meu melhor e Deus vai fazer o resto...", refere a jovem, que não pensa voltar a viver no seu país de origem: "Mesmo depois de deixar de competir, não quero voltar, mas não sei o que vai acontecer, para já vou ficar aqui…".