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Terceiro período em Fátima: Aulas à distância

Educação - 17 de abril, 2020
Normalidade dentro da anormalidade. É desta forma que podemos definir o início do terceiro período. O Notícias de Fátima fez a ronda pelas escolas locais e apurou que estava tudo preparado para iniciar as aulas, que serão à distância, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus, privilegiando os computadores, a internet e a televisão.

 

 

“Adoptámos um princípio de flexibilidade”, refere Manuel Lourenço, director do Colégio de São Miguel. E salienta que procuraram “ter em conta múltiplos e diferenciados aspectos da realidade das famílias”. E, apesar das limitações do modelo à distância, Manuel Lourenço considera que “há também ganhos de outra natureza, nomeadamente os de autonomia, auto‑aprendizagem, flexibilidade disciplinadora. Focar‑nos‑emos neles”.

 

Na Escola de Hotelaria de Fátima (EHF), “há aulas em regime de e‑learning, em formato simultâneo (as chamadas aulas síncronas) bem como trabalhos, tarefas e actividades intermediados com momentos de apoio individual ou em turma”, detalha Carina João Oliveira, directora executiva da Insignare, entidade gestora da EHF.

 

O Centro de Estudos de Fátima (CEF) também procurou iniciar o 3.º período dentro da normalidade, tendo inclusiva‑ mente definido horários, para manter as rotinas. “As aulas irão decorrer de forma síncrona e assíncrona utilizando as mesmas plataformas já utilizadas no final do 2º período, mas recorreremos a todos os meios necessários para garantir que os alunos tenham acesso às tarefas e actividades propostas”, afirma Manuel Bento, director pedagógico e executivo da instituição.

 

O Colégio do Sagrado Coração de Maria seguiu o modelo de ensino das suas congéneres: implementou um Plano de Ensino à Distância, construído com a colaboração dos diferentes intervenientes da comunidade escolar ‑ professores, pais e alunos.

  

Escolas unem esforços para ninguém ficar sem computador

“Estamos atentos”, afirma Manuel Lourenço, deixando a garantia: “Ninguém ficará por concluir o 3.º período ou será prejudicado”. Segundo o responsável, “o Colégio de São Miguel estabeleceu contactos com várias instituições e desta forma estamos em condições de informar que, através da Associação de Pais, a empresa Trigénius, a Junta de Freguesia, a Câmara Municipal e o próprio colégio, tentaremos dar resposta a todos os casos, minimizando os possíveis constrangimentos no acesso aos recursos pedagógicos.

 

No caso do Colégio do Sagrado Coração de Maria, o colégio tem disponibilizado computadores a professores e alunos, a título de empréstimo. Segundo Manuel Bento, todos os professores do CEF têm material informático e a esmagadora maioria dos alunos também. “A maior dificuldade neste momento é com o deficiente acesso à internet que se verifica nalgumas zonas de residência dos alunos”, afirma, mas assegura que “continuaremos a tentar minimizar a situação”. Acrescenta ainda que “algum aluno que eventualmente não venha a ter acesso à internet, a situação será resolvida com o envio de material em suporte de papel (já estão estabelecidos esses procedimentos) e recorrendo a outras tecnologias (telefone, WhatsApp, etc)”.

 

Avaliações

 

No Colégio de São Miguel, “a avaliação das aprendizagens será feita através de trabalhos e tarefas atribuídas nas plataformas usadas”, explica Manuel Lourenço, mas salienta que “o empenho, motivação e interesse demonstrados nas sessões síncronas e no trabalho autónomo serão também consideradas”. E salvaguarda: “Não deixaremos, no entanto, de ter em conta os contextos sociais e as dificuldades acrescidas neste modelo que, para uns, serão maiores do que para outros. Trataremos de ser justos”.

 

No CEF, “as avaliações terão como referência o percurso escolar do aluno até ao final do 2.º período e também o interesse, empenho e a qualidade do trabalho desenvolvido ao longo do 3.º período”, informa Manuel Bento.

 

No Colégio Sagrado Coração de Maria, “as avaliações vão decorrer normalmente, a partir do dia 26 de Junho, onde as classificações a atribuir em cada disciplina terão por referência o conjunto das aprendizagens realizadas até ao final do ano lectivo, incluindo o trabalho realizado ao longo deste 3.º período”, explica Serafim Assunção, director pedagógico da instituição.

 

Na EHF, a avaliação “não será problema”, afirma Carina João Oliveira. “Torna‑se mais complexo no caso de avaliações de conhecimentos práticos, mas a prática simulada e visionamento à distância estão a ser equacionados para algumas disciplinas técnicas”, conclui.

 

Creches, jardins e 1ºclico

 

“As coisas não estão a correr bem, pois os pais queriam estar a traba‑ lhar, e nós também”, desabafa Nelson Mota, tesoureiro da Casa da Criança, no Valinho de Fátima. O responsável tem ocupado parte do seu tempo a inteirar ‑se da legislação, para tentar resolver da melhor forma os desafios impostos pelo coronavírus. A Casa da Criança conta actualmente com 94 crianças, distribuídas pelas valências jardim de infância (66) e creche familiar (28), sendo o seu quadro de pessoal constituído por 13 colaboradoras. Em Março, as colaboradoras, que estão em casa uma vez que as crianças não podem ir à escola, receberam o salário por inteiro. Agora, a instituição está a estudar a melhor forma de garantir os salários. Ainda não sabe se vai recorrer aos apoios disponibilizados pelo Governo, porque se optar por essa solução, não pode recorrer ao regime de lay ‑off.

 

A situação da Apajefátima, responsável pelas creches “Meio Palmo”, não difere muito. Neste momento, a única valência que continua a funcionar é o serviço de refeições, sendo asseguradas as refeições das crianças do escalão A e B, dos sem abrigo e das cantinas sociais. “Encontramo‑nos num momento difícil que ninguém esperou e também não está a ser fácil para a nossa instituição”, refere Ana Paula Gonçalves. E acrescenta: “Temos que nos adaptar a todas as situações e neste momento estamos a funcionar com os serviços mínimos, cozinha, e serviços administrativos. As restantes colaboradoras estão em casa a gozar banco de horas”.

 

A Escola Infantil Jacinta Marto mantém‑se fechada até haver outra indicação, refere a irmã Ana Paula, presidente da direcção da instituição, que conta com 42 crianças na creche e 78 na pré‑primária. A religiosa não esconde que está a lidar com esta situação “com alguma apreensão”, até porque a creche, que abriu em Setembro passado, ainda não está beneficiar dos apoios da Segurança Social, estando ainda a decorrer o  processo. “Fizemos um desconto na mensalidade e, no próximo, faremos um desconto mais significativo”, afirma a religiosa, que acrescenta ainda: “Temos gente que não pode pagar e estamos a fazer preços baixos e a arcar com as despesas”. A irmã Ana Paula salienta ainda que os postos de trabalho das 18 colaboradoras são para manter. “Em Março, pagámos a totalidade dos salários e, este mês, recorremos ao lay‑off”.

 

As aulas e actividades do Externato de São Domingos estão decorrer de forma síncrona e assíncrona utilizando as mesmas plataformas já utilizadas no final do 2º período. Todos os níveis desde o pré‑escolar ao 4º ano têm ensino e actividades à distância propostas pelos docentes através dos meios tecnológicos disponíveis ou outros.

 

O Notícias de Fátima também contactou o Agrupamento de Escolas de Ourém para esta reportagem, mas não obteve resposta até ao fecho da presente edição.

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