A história da Casa do Povo
A fundação da Casa do Povo de Fátima tem as suas origens a 11 de Setembro de 1969, pela mão de Luís Vieira Marques. Dando-se conta das regalias que os trabalhadores rurais usufruíam através destas instituições, nomeadamente no que se referia a serviços médicos e reformas, une esforços para implementar uma colectividade do género em Fátima. Foi formalmente constituída a 12 de Março de 1970, com um duplo objectivo. Por um lado, proporcionar melhorias na vida dos trabalhadores rurais, equiparando-as às regalias proporcionadas pelos Centros de Segurança Social. Por outro, proporcionar momentos de lazer e convívio. A vertente social foi relativamente consensual, a vertente cultural foi mais difícil. Foi necessário esclarecer a população para a importância do convívio e do lazer. Em 1977 é criado o rancho folclórico. Nos anos 80 a componente social foi retirada às casas do povo. Contudo, tendo em conta as dinâmicas culturais que desenvolvia, nomeadamente através do rancho folclórico, e o facto de possuir instalações próprias permitiram-lhe continuar com vertente cultural, passando no entanto por um período de alguma inércia. No início dos anos 90 reformula os seus estatutos, e as acções de carácter cultural e recreativo passam a ser o seu principal objectivo. Em 1998 nasce o rancho infantil. Desde 1980 promove um festival de folclore, a que se junta, em 2000, o encontro de ranchos infantis. Tem também um grupo de reiseiros e promove uma série de actividades, como o hip - hop, que já participou em campeonatos regionais, nacionais e internacionais. Os membros do rancho já participaram em várias séries televisivas. Em 2017 recebeu a medalha de Ouro de Mérito Municipal pelo trabalho desenvolvido em prol da cultura e das artes do concelho.
"A Casa do Povo está no bom caminho e recomenda-se"
A Casa do Povo de Fátima está a poucos dias de festejar meio século de vida e já cheira a festa para a qual toda a população está convidada. À margem do encerramento da quadra natalícia, numa curta entrevista, Hélia Faria, presidente da instituição, dá-nos conta de como estão a correr os preparativos para a festa, que está agendada para 25 de Janeiro e cujo programa divulgamos na última página desta edição.
Como estão a correr os preparativos para a festa do 50.º aniversário da Casa do Povo de Fátima?
Já andamos a trabalhar há cerca de três meses no projecto. Durante praticamente um mês e meio, percorremos as casas das pessoas que fizeram parte da Casa do Povo, desde a primeira direcção até aos dias actuais. Foi gratificante, porque muitas pessoas já não se recordavam. Ficaram muito contentes por nos termos lembrado delas. Tudo isto é muito trabalhoso, envolve uma grande equipa, que se mostrou sempre disponível para nos acompanhar à noite, depois do trabalho.
Desses contactos, vai resultar algum livro?
Para já, não. Convidámos todas essas pessoas a estarem presentes no jantar comemorativo dos 50 anos, onde vamos homenagear todos os presidentes que já passaram por esta casa.
São muitos?
Seis.
Estão todos vivos?
À excepção do Sr. António Neves, estão todos vivos, inclusive o primeiro presidente - o Sr. Luís Marques.
Enquanto presidente da Casa do Povo, sente orgulho por estar a vivenciar este momento?
Acho que é um privilégio para qualquer um fazer parte dos 50 anos da história de uma casa - e sendo uma casa reconhecida tanto a nível concelhio como nacional. Ao longo destes seis anos, já vou no meu terceiro mandato, tenho vivido vários marcos importantes na vida desta instituição, desde os 40 anos do rancho e, agora, os 50 anos da Casa do Povo. Este ano, os reiseiros comemoram 20 anos de existência. Para nós, também é um marco importante, até porque muitos dos elementos que iniciaram este projecto ainda se mantêm no grupo. Ao longo destes meus três mandatos, também participámos numa mini-série para a EWTN e no filme "Jacinta". Acho que são marcos importantes que nos deixam orgulhosos.
O balanço é positivo?
Com muito esforço e dedicação, temos conseguido levar para a frente a associação. Dispomos de várias actividades, algumas delas inovadoras. Procuramos sempre inovar em relação aos outros locais que também já dispõem de ginásios. Essas modalidades têm sido bem aceites pela população. E, neste momento, posso dizer-lhe que a Casa do Povo está no bom caminho e recomenda-se.
Se pudesse pedir uma prenda para a Casa do Povo, qual escolheria?
Que esta casa continue, no mínimo, por mais 50 anos, com este espírito de entre-ajuda que nós conseguimos manter até agora.
Quer deixar uma mensagem?
Gostava que todas as pessoas participassem nos nossos 50 anos. É um marco muito importante, nem todas as associações conseguem atingir esta longevidade.