Notícias de Fátima (NF) - O que podemos esperar do espectáculo de 13 de Março?
Jorge Gonçalves (JG) - Vai ser um espectáculo com muitos motivos de interesse e diferente do habitual. Para além da música, que é obviamente o motivo principal desta festa, haverá um cuidado especial com o aspecto visual, quer em termos de iluminação, de imagem e de coreografia. Temos também um elenco de convidados, quase todos conhecidos do grande público, que aceitaram o nosso convite e vão ajudar-nos na apresentação do nosso álbum.
NF – Chegar aqui é a concretização de um sonho?
JG - Sim, sem dúvida. Passámos cerca de 10 anos a tentar concretizar um primeiro sonho que era o de editar um álbum. Esse sonho foi concretizado com muito trabalho e com a ajuda de muitos amigos, a quem continuamos a agradecer do fundo do coração. Infelizmente, logo após a concretização desse sonho, em princípio de 2020, aconteceu o que todos sabemos e que afectou muitas áreas da nossa actividade diária, nomeadamente no sector da cultura e dos espectáculos e impediu a concretização do segundo sonho que era a sua apresentação pública através de várias formas. Estavam programados, não só o espectáculo de apresentação do álbum, como uma visita aos nossos amigos de Long Branch, nos Estados Unidos, para além de outros eventos do género. Com a pandemia nós, e muitos outros como nós, acabámos por ser obrigados a cancelar todos esses eventos e apenas fizemos algumas aparições públicas em espectáculos cheios de restrições e também em streaming, online.
NF – O espectáculo reúne um elenco de luxo. Como se proporcionou a participação destes artistas na festa?
JG - Na verdade, alguns deles são amigos e conhecidos nossos, recentes ou de longa data. Outros são músicos profissionais, que depois de ouvirem os temas, aceitaram participar nesta festa.
NF - De todos eles, o nome mais sonante será sem dúvida o de Rão Kyao…
JG – Sem dúvida. Vai tocar alguns dos temas na flauta, instrumento que adoptou há já uns anos como principal, nas suas composições. É um amigo pessoal de longa data. Ao longo dos anos, nas poucas vezes que nos fomos encontrando, a conversa derivava sempre para o mesmo: “Um dia temos de tocar umas coisas em conjunto…” A verdade é que esse momento só se proporcionou agora, mas vem sempre a tempo. Foi quando tinha de ser. Por outro lado, o Rão tem uma ligação muito forte com Ourém, mais propriamente com o lugar da Carapita, pois passou a sua infância e juventude estreitamente ligado a uma pessoa de lá, que na altura trabalhava em Lisboa para a sua família. Os laços nunca se perderam e, felizmente para nós, ele vem finalmente tocar connosco.
NF – Mas há mais…
JG - Teremos também a violinista Dalila Marques, professora no Conservatório de Música de Ourém-Fátima e membro da banda Quinta do Bill. De entre os convidados, a Dalila é a que está, para já, mais integrada neste projecto já que teve alguns ensaios connosco. Mostrou muito interesse desde o início e, pela nossa parte, gostaríamos de contar mais vezes com ela para além deste espectáculo de apresentação. Na guitarra portuguesa estará o António Duarte Martins, um guitarrista da nova vaga do fado português que acompanha alguns dos nomes principais da actualidade como por exemplo Mariza ou Ana Moura. O sector das teclas será reforçado com o Pedro Ferreira de e membro da banda Anequim de Coimbra de quem conhecemos alguns temas das bandas sonoras de algumas novelas da SIC. É também um amigo pessoal. Como não podia deixar de ser, e para interpretar um fado que existe neste álbum, a Elsa Gomes, uma conhecida fadista e “entertainer” da nossa região que se caracteriza pela sua boa disposição, e por uma pujante presença em palco. Era obrigatória a sua presença, não só por já termos feitos muitos espectáculos em conjunto mas também porque foi ela que deu voz a esse tema na gravação do nosso álbum. Para fazer uma coreografia num tema especial, que tem letra de um nosso amigo de infância e infelizmente nos deixou há uns anos, estará a Marta Fernandes, licenciada em dança, bailarina profissional, professora ballet, dança contemporânea e hip hop e actua normalmente com o conhecido artista Virgul.
NF – Esta homenagem a Francisco Vieira será um dos pontos altos do espectáculo?
JG - Será um momento muito especial para nós, em que aproveitaremos para relembrar e homenagear o nosso grande amigo “Chico”, o doutor Francisco Vieira.
NF – Será um espectáculo cheio de surpresas…
JG - A interpretar um tema com voz e guitarra estará também um familiar e amigo da banda: O Filipe Gonçalves, fatimense e jornalista do Canal 11, depois de ter passado pela Sport TV. Nas horas vagas toca com a sua banda lá por Lisboa e também aqui na nossa região. Já não é a primeira vez que lhe fazemos esta “partida” pois este não é o tipo de música que ele costuma cantar. Mas ele aceita sempre o desafio. Finalmente estará outro familiar e amigo da banda que é o Pedro Gonçalves. Vai tocar baixo num tema que também já gravou no álbum. É “designer” sonoro e produtor musical. Para tocar o tema connosco, terá de fazer um intervalo na sua ocupação principal desse dia, já que será o responsável pelo som do espectáculo. Ao reunirmos este “elenco de luxo”, como lhe chamou, quisemos retribuir a confiança que em nós depositou a organização destes eventos da Agenda Cultural do Teatro Municipal de Ourém, trazendo mais qualidade a este espectáculo. Por outro lado, e uma vez que já tocámos algumas destas músicas em público, quisemos também trazer muita novidade à nossa ansiada apresentação deste álbum.
NF - O feedback do público ao álbum tem sido positivo?
JG - Na verdade, o lançamento oficial do álbum vai ser feito apenas no dia 13 de Março. Só a partir daí é que podemos ter uma ideia mais precisa da sua aceitação. No entanto, as primeiras impressões das poucas pessoas que já o conhecem tem sido bastante positiva.
NF – O vosso álbum é quantos temas tem? Todos originais?
JG - Este álbum tem 12 temas. Em oito deles, as letras são de poetas conhecidos e já desaparecidos representativos da nossa literatura, desde a Idade Média aos nossos dias. Entre eles destaca-se a presença de Camões e Pessoa, como não podia deixar de ser. Nos outros quatro, as letras são de autores da nossa terra representativos da nossa freguesia, do nosso concelho e do nosso distrito. Todas as músicas são originais. Há ainda uma faixa extra que é a repetição do tema “A Minha Varanda”, com letra do Dr. Francisco Vieira, orquestrada e interpretada de forma diferente.
NF - Esperam-se outros espectáculos/actuações durante este ano?
JG - Há já alguns agendados e esperamos agendar mais com esta divulgação pública oficial.
NF - Se lhe pedíssemos para o descrever numa só frase, qual escolheria?
JG - “Gente Nossa, canções que simbolizam a nossa língua e a nossa cultura.”
NF - Já estão a trabalhar no próximo trabalho?
JG - Sim, na verdade já temos material suficiente para um segundo álbum de originais com as mesmas características. Mas, para já, estamos focados na apresentação e divulgação deste primeiro, de estreia, e que tem o mesmo nome da banda: “Gente Nossa”.