A faixa etária acima dos 65 anos de idade corresponde a uma proporção significativa da população apresentando uma tendência crescente nos últimos anos. Esta realidade tem como consequência um aumento do número de idosos frágeis, com necessidades específicas e de individualização de cuidados.
A dor crónica moderada a forte é um sintoma comum entre as pessoas idosas afectando cerca de 50% dos idosos que vivem na comunidade e aproximadamente 85% daqueles que estão institucionalizados em lares.
A dor do idoso relaciona-se, principalmente, com a osteoartrose, o cancro, o pós-acidente vascular cerebral, a neuropatia diabética, dor de cabeça, fibromialgia, a dor pós-herpética ou com os traumatismos por quedas.
Tudo isto está relacionado com a diminuição da capacidade funcional, o aumento do risco de quedas, a diminuição do apetite e do consumo de água, os distúrbios do sono, a depressão/isolamento/solidão, a ansiedade, períodos de agitação bem como da sua diminuição da capacidade cerebral/cognitiva.
Esta dor vai ter um impacto na socialização e conduz a um aumento do risco de polimedicação, de interacções medicamentosas e a um maior consumo de serviços com aumento dos custos em saúde.
Portugal é um dos países da União Europeia com maior envelhecimento da população e, tratar a dor relacionada com o bem-estar, é uma prioridade, mas lembro que o respeito, a admiração e o amor que lhe damos está na base até no sentir da sua dor.
Ser idoso é ter histórias para contar, o partilhar de experiências de vida com o que também aprendemos, é alguém que precisa da nossa atenção e do nosso abraço.
Lembremo-nos: nós somos os idosos de amanhã!