O Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é uma patologia ainda pouco abordada nos meios de comunicação, mas que afecta mais de 500 mil portugueses.
Sabe-se que a maioria das pessoas com o diagnóstico de SAOS ressona - cerca de 90%. O ressonar está muitas vezes acompanhado de períodos de apneia (paragem da respiração), que podem acontecer várias vezes durante uma hora de sono. Estes episódios de apneia dão-se devido ao colapso da via aérea superior, parando assim, temporariamente, a paragem do fluxo de ar.
Um dos principais sintomas é a sensação de sono não reparador, no qual a pessoa sente que não descansou, apesar de aparentemente dormido a noite toda. É frequente acordar irritado e por vezes ter dores de cabeça, mais durante o período da manhã. A falta de concentração e dificuldade em executar as tarefas do dia a dia são também comuns, por estarem associadas ao sono não reparador.
É também frequente haver sonolência diurna, em que a pessoa adormece frequentemente a ver televisão, a conversar com outros, quando está numa sala de espera ou até mesmo ao volante. Por estas razões, estima-se que cerca de 100 mil acidentes de viação por ano sejam causados por esta patologia.
Sente que reconhece em si alguns destes sintomas? É provável, visto esta patologia ainda estar muito subdiagnosticada.
O primeiro passo consiste em contactar o seu Médico Assistente, de forma a ser aconselhado em relação ao diagnóstico e aos passos a tomar.
Algumas medidas de alteração do estilo de vida podem ser eficazes, como: evitar refeições pesadas durante a noite, deixar de fumar e de consumir bebidas alcoólicas, ter uma alimentação equilibrada e praticar actividade física regularmente, de forma a perder peso (sabe-se que há uma forte associação entre excesso de peso e obesidade e SAOS).
Outra medida eficaz em alguns tipos de apneia do sono passa pelas medidas posturais, nomeadamente evitar dormir com a barriga para cima.
Por vezes, e quando estas medidas por si só não são suficientes, pode ser necessário utilizar um aparelho para corrigir a pressão na via aérea, de forma a evitar que esta colapse durante o sono. No entanto, o primeiro passo passa sempre por tentar abordar os aspectos modificáveis, ou seja, as alterações do estilo de vida.