Quando se invoca a cidade Fátima numa conversa, a primeira imagem que ocorre à maioria dos portugueses é a do Santuário de Fátima. Será possível mudar esta referência? Não. Será possível tirar proveito do facto de ser uma cidade já no coração dos portugueses e torná-la ainda melhor? Sim. Pese embora Fátima ser uma cidade dedicada à devoção e, consequentemente, focada no turismo religioso, existe potencial que, lamentavelmente, se encontra por explorar: a localização e a qualidade de vida.
Localizada no centro de Portugal, entre as duas maiores cidades do país, Fátima prima pelos seus rápidos acessos aos dois maiores pólos de negócio em Portugal e pela qualidade de vida que a cidade oferece. Desta feita, verifica-se que a cidade tem um potencial enorme para tirar proveito de dois importantes fenómenos que têm tido lugar no nosso País.
O primeiro é o êxodo urbano das grandes cidades para os meios mais pequenos, motivado pelo aumento exponencial dos preços da habitação nas grandes cidades e pela adopção do regime híbrido de trabalho (e até remoto), levando ao regresso a casa dos jovens licenciados.
O segundo trata-se da fixação em Portugal dos serviços partilhados de empresas multinacionais, primordialmente tecnológicas. Ora, tratam-se de oportunidades para aumentar o circuito económico da nossa cidade.
Com boa gestão, planeamento e ambição, podemos elevar Fátima a outro nível, um que não torne a cidade dependente do turismo religioso. Podemos olhar para o futuro e construir oportunidades: atrair não só as grandes empresas, mas também os jovens. Se por um lado podemos tornar Fátima um pólo atractivo para que grandes empresas queiram instalar-se por cá, por outro, temos todas as condições para atrair os jovens que se encontram em início de vida, de carreira, de família. Podemos e devemos tirar partido da nossa localização geográfica, dos nossos acessos, dos nossos serviços e das nossas escolas.
Se Fátima é sinónimo de fé, porque não acreditar que pode ser ainda melhor?