Somos seres sociáveis e precisamos do outro para nos desenvolvermos enquanto pessoas, mesmo sem estarmos fisicamente próximos.
É importante mostrarmos o que sentimos e receber os afectos de quem amamos. Estamos em pandemia, e a necessidade de manter o isolamento social não pode significar distância dos afectos. Temos de usar a nossa criatividade, “se calhar” voltar a escrever cartas à mão (que saudade!)
Os afectos em tempos de pandemia não se podem transformar na pandemia dos afectos. Será que foi preciso passar por estes tempos difíceis para valorizar quem amamos e lhes dizer que gastamos deles? Costumo dizer (e pensar) que mesmo nas situações negativas, algo de positivo se tira ou se aprende. Fomos obrigados a pensar formas de estar com quem gostamos e estratégias de não nos sentirmos tão sós. Estes tempos deram‑nos mais capacidade de um auto‑exame e de suportar desafios.
Nunca como agora pensamos tanto nos nossos, no estar próximo, no medo da perda e de não dizer o quanto gostamos deles. Expressões como “gosto de ti”, “tenho saudades tuas”, “fazes‑me falta”, “és importante para mim” e “obrigado por fazeres parte da minha vida”, talvez tenham desaparecido antes do Covid e fazem agora muito mais sentido.
Sentirmo‑nos sós não é uma fragilidade, é fruto da sociedade em que vivemos, das evoluções e transformações sociais e nem sempre depende de nós. O que depende de nós é aprendermos, com esta epidemia, o quanto os nossos são importantes e termos a atitude de o dizermos.
Estamos em vésperas do Natal e pensei muito o que devia escrever nesta altura do ano e neste contexto pandémico. Desejo que tenham saúde, mantenham a resiliência e a capacidade de acreditar em tempos melhores. Que no vosso “sapatinho” estejam afectos, sorrisos e muita esperança!
Boas festas…com amor!