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Helena Barroso

7 de janeiro, 2021

Covid-19, a minha experiência!

A pandemia, para nós começou em Março e todos lidámos, observámos, receámos e pensámos que nos poderia acontecer, ou se calhar não a nós! Sim, pensei que eu talvez não!
Pois em início de Dezembro fui “sorteada” com a doença. De forma banal, como se de uma sinusite se tratasse (tão habitual em mim): sintomas respiratórios ligeiros, algumas dores de cabeça, alguns enjoos, mas, essencialmente, um receio enorme pelos meus, do contágio e do que a doença lhes poderia trazer pelas suas morbilidades. Um medo angustiante se algum tivesse que ir ao hospital, como os acompanhar e como os ajudar visto que tinha de estar isolada.
Foram tempos em que não vivi um dia de cada vez (o que tinha aprendido desde o início da pandemia) mas uma hora de cada vez, horas em que os sintomas podiam mudar, agravar ou os meus manifestar. Foram minutos de gratidão pela ligeireza dos sintomas, gratidão pelo bem-estar da família e gratidão pelo apoio dos amigos e a solidariedade e amizade que senti.
Não minto se vos disser que houve minutos de alguma desorientação pela inactividade e isolamento. Houve um desapegar de tudo aquilo que antes me dava prazer: o meu artesanato, a leitura, o cinema…não há paciência porque os medos criam uma angústia que só o dormir consola. Depois tudo isto vai colidir com a consciência que se está a ser injusto pois sofrimento é daqueles que estão numa cama de hospital e nem sabem se sobrevivem. Mas quem é profissional de saúde sabe que o muito conhecer a doença piora os medos.
Foi uma experiência que gostaria de não ter vivido até porque ainda pouco se sabe sobre as consequências que este vírus deixa no organismo. Mas também considero que foi uma fase que me relembrou a fragilidade que de mim faz parte, me relembrou o quanto os afectos e a presença de quem amamos me é importante. De facto, o ter nada conta, é o carinho dos outros e o ser, que é importante.
É com o coração cheio de gratidão aos amigos e a Deus, que vos desejo as melhoras se estiverem doentes, vos desejo capacidade de se protegerem, de seguirem as indicações dos profissionais de saúde e de se darem aos outros na necessidade…afinal, todos somos frágeis e todos precisamos de todos.
Um abraço, ainda que virtual!

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