Esta violência funciona como um sistema circular – o Ciclo da Violência Doméstica, que apresenta 3 fases:
Fase 1 – aumento da tensão devido a situações quotidianas, as injurias e as ameaças tecidas pelo agressor e que criam na vítima uma sensação de perigo eminente;
Fase 2 – ataque violento em que o agressor maltrata física ou psicologicamente a vítima com um crescendo da sua frequência e intensidade;
Fase 3- a lua-de-mel em que o agressor envolve a vítima de carinho, de desculpas e atenções…” vou mudar…não volta a acontecer”.
Claro que volta a acontecer… e o culminar destes episódios pode ser o homicídio.
Como saber se está a ser vítima?
Deixo algumas questões para o poder entender:
. Tem medo do feitio do seu namorado/companheiro/marido?
. Tem medo da reacção do outro quando não têm a mesma opinião?
. O outro ignora, constantemente, os seus sentimentos?
. O outro “goza ou ridiculariza” o que diz e até a(o) faz sentir mal à frente de outros?
. O outro já ameaçou agressão? Já lhe bateu? Atirou com objectos?
. Não pode estar com amigos ou família por ciúmes?
. Alguma vez foi forçado a ter relações sexuais? Tem medo de lhe dizer não?
. É forçado a justificar tudo o que faz? Tem de pedir autorização se quiser sair?
A presença de um ou mais destes comportamentos pode significar violência doméstica.
A violência contra as mulheres é complexa, multidimensional e tem atravessado gerações e classes sociais. Tem contado com alguma passividade por parte do sexo feminino que, por vezes, tem relutância em levar este conflito para o espaço público…muito tempo em silêncio!
Sei que não é fácil, sei que há toda uma envolvência que não se altera de um dia para o outro até pela protecção necessária… Mas não pode ser o destino dessa mulher…
O nosso destino pertence-nos!
A violência é crime!