Neste tema muito se fala da mulher… então e os idosos, os homens e as pessoas LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, trans e inersexo)? A violência contra idosos também tem sido crescente, principalmente cometida pelos filhos ou cuidadores no domicílio ou em lares, em que mais de metade não apresenta queixa, segundo estudos recentes. Um sinal de alerta tem a ver com a presença constante do agressor junto da vítima. Os profissionais de saúde vêm isso nas consultas. O agressor faz muita questão de entrar com a vítima não lhe dando oportunidade de estar e contar ao profissional o que, realmente, se passa.
Seria muito importante investir na qualificação/treino de competências e apoio a cuidadores formais e informais. Mais ainda, pelo desgaste de cuidar, estes deviam ter apoio psicológico pois o cansaço pode levar a gestos menos correctos… todos somos humanos…e cuidar de algumas patologias neurológicas, nomeadamente a demência, traz ao cuidador um desgaste psicológico acrescido.
Em relação a violência contra os homens, o medo e a vergonha são a principal barreira para fazer o primeiro pedido de ajuda. Receiam ser desacreditados e humilhados por terceiros se se decidirem pela denúncia.
A comunidade LGBTI assume aspectos distintos nesta temática, pois muitas vezes a violência passa pela denúncia de revelar a orientação sexual do outro, o que toma maiores proporções se for alguém com filhos ou ter pais que possam não aceitar.
Temos de estar atentos porque são vítimas que têm mais dificuldade em pedir ajuda. É importante dizer não à descriminação, não ao seu isolamento e ajudar na sua vulnerabilidade. A violência é uma realidade da sociedade de hoje…e estes tempos de pandemia só vieram mostrar o seu agravamento.
Cabe‑nos a todos estar atentos e denunciar!