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Inês Vieira

6 de agosto, 2021

O Velho Continente

A Europa enquanto continente possui uma panóplia de acontecimentos históricos que remontam aos primórdios da existência humana enquanto civilização organizada. Sabemos hoje que, separadas por oceanos, também existiam outras civilizações intelectualmente ricas, embora culturalmente se distinguissem brutalmente da Europa. Olhando para a nossa história, sabemos que a Europa se afirmou em diversos períodos, tivemos uma Grécia que no século V antes de Cristo, nos presenteou com a criação de um sistema de governação que, com diversas alterações, sobreviveu até aos dias de hoje, a Democracia.

 

O Império Romano, conhecido como o império que colocou em prática criações magníficas desenhadas pelos gregos, um império vasto que foi além das fronteiras europeias, que marcou a história como um dos maiores impérios de sempre: O Império Clássico, que se caracterizou como uma forte potência económica, política e militar. Após o seu apogeu, já no período da Idade Média, a história foi marcada por diversas invasões e alterações, o Império Bizantino sobreviveu e foi visto como um herdeiro do império anterior. Formam-se novos reinos e o Cristianismo estende-se por toda a Europa Ocidental. No ano 1095, são anunciadas pela primeira vez as Cruzadas, expedições de movimentos militares de inspiração cristã para a Terra Santa e Jerusalém, com o propósito de as manterem sob o domínio cristão.

 

Entre outros acontecimentos relevantes, destaco a Peste Negra, responsável pela morte de um terço da população europeia, entre os anos 1347 e 1350. 

 

Após um período negro na história europeia, os séculos seguintes são marcados por um período riquíssimo no desenvolvimento intelectual humano (O Renascimento), no sector artístico, na economia, na política e na religião, fazendo a mudança do Feudalismo para o Capitalismo. Entre tantos acontecimentos, destaco a Era dos Descobrimentos que é o pontapé de partida para o conceito que hoje tão bem conhecemos, a Globalização.

 

O continente europeu, quer pelos seus desenvolvimentos e acontecimentos históricos, quer pelas suas conquistas além fronteiras, mantinha o território europeu como o centro dos seus desenvolvimentos. A exploração e conquista de outros continentes vem alterar a centralização da Europa, tendo emergido inúmeras colónias pertencentes a países europeus pelos continentes americano, asiático e africano. A Idade Moderna, além dos acontecimentos descritos, foi um período para os países europeus em que o sistema de governação predominante foi a Monarquia, um período que termina com inúmeras revoluções por toda a Europa.

 

O início da Contemporaneidade na história remete-nos para a Revolução Francesa. Além da revolução, existiram inúmeros acontecimentos, de ressaltar as Guerras Napoleónicas; no século XVIII, destaco a Revolução Industrial, processo que surgiu em Inglaterra, vindo a alterar, até aos dias de hoje, a forma de produção. O que era manual passou a ser produzido por máquinas, tornando-se no conceito, que hoje tão bem conhecemos, da produção no sector industrial. A classe média ganhou poder e começaram a surgir ideais que vinham romper com os pensamentos monárquicos, esses ideais eram socialistas e liberais. Após esta luta entre conservadorismo e liberalismo, a Europa caracterizou-se pela consolidação do capitalismo e pelas disputas das grandes potências na época.

 

De forma extremamente sucinta seguiram-se as inesquecíveis Grandes Guerras. A União Europeia ganha forma a 1957, vindo a desenvolver-se nos anos posteriores. É no final do século XX e no início do século XXI que o termo já antes mencionado se desenvolve, a Globalização. É considerada a maior alteração da história da economia até aos dias de hoje.

 

Tal como mencionei num artigo anterior, a Pandemia existente, SARS Cov-2, ficará para sempre marcada, não apenas pela nossa memória, mas será também ela certamente estudada numa aula de História como eu estudei a Gripe Espanhola (Influenza a 1918/9).

 

Serve a presente reflexão histórica para nos questionarmos sobre o futuro da Europa, uma Europa que hoje perde para as grandes potências, Estados Unidos da América e China. Até que ponto a Europa se centrou em si para o seu desenvolvimento? Até que ponto a Europa protege os seus cidadãos e promove o seu desenvolvimento a longo prazo como uma grande potência independente e livre dos seus concorrentes para se sustentar? Até que ponto a Europa não precisa de se reinventar e ter a força que um dia teve enquanto um dos mais velhos continentes do mundo? Fica a reflexão.

 

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