75 anos depois da primeira Imagem Peregrina ter saído de Fátima para atravessar a Europa, que se erguia dos escombros da II Guerra Mundial, assistimos, pela primeira vez, à sua chegada à Ucrânia, numa missão de paz e de solidariedade.
A fé, a esperança e a paz, enquanto elementos característicos da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, assumem-se numa linguagem universal que transcende as barreiras religiosas e une os povos.
Recorrer "à mãe", à figura maternal, num chamamento interior, tantas vezes expresso nos momentos de maior aflição do ser humano, evidencia a confiança e a força da Imagem. Crianças e mulheres rezaram, neste último mês, à sua frente, enquanto os seus maridos, filhos e pais, combateram pela liberdade e pela democracia.
Sabemos que só com a convergência de esforços se conseguem alcançar vitórias que resultem em paz e harmonia para todos. Mas, até para alcançar esse patamar, se impõe um suplemento de esperança e fé que, na maioria das vezes, advém de um elemento externo que estimula o interior de cada pessoa.
Tal como em 1947, em que algumas igrejas e as basílicas europeias ainda detinham à porta os sacos de areia, como medida última para proteger os locais de culto, também agora, em Lviv, na Basílica da Natividade da Santíssima Virgem, a Imagem Peregrina foi protegida por sacos de areia e pela fé de um povo. Quem diria que em 2022 assistiríamos a estas e outras imagens, às portas da sublime Europa...
Recordamos, hoje com mais intensidade, a necessidade da reconversão da Rússia, não por questões ideológicas ou deste povo que sofre às mãos de um ditador e da força bélica de um ex-império, mas pela imperiosa necessidade do mundo em acabar com as guerras e as mortes, e de minimizar a fome e a miséria.
No meio de todo este cenário idílico, sabemos que a "nossa" Imagem Peregrina, cumpre, com maior intensidade, a sua missão em torno dos valores mais nobres da existência humana.
