O concelho de Ourém detém um conjunto de recursos patrimoniais, culturais, históricos e naturais de elevada dimensão, relevância e de potencial turístico. Para além da dimensão nacional e mundial de Fátima, a Vila Medieval, o Castelo de Ourém, as Pegadas de Dinossáurios, a Praia Fluvial do Agroal, têm conquistado mais visitantes e turistas.
A recente requalificação do Castelo, do Paço dos Condes e dos torreões, veio dignificar este património de dimensão nacional que entronca com a história do nosso país, associada, com maior incidência, às reconhecidas figuras de D. Nuno Álvares Pereira e de D. Afonso (IV Conde de Ourém).
Entre a lenda da princesa Oureana, a prisão de D. Mécia, a colegiada e a sinagoga, este morro une paisagens de um território diversificado e rico em oportunidades. A Vila Medieval transcende as suas muralhas, desce a encosta e estende-se pelo concelho, como um bilhete postal que convida a (re)conhecer e a viver.
Num momento em que os territórios reforçam a sua oferta turística e se tornam mais competitivos, importa potenciar o que nos distingue, desenvolvendo e projectando o concelho.
A valorização dos nossos recursos (históricos, culturais e gastronómicos) assume-se como uma oportunidade de diferenciação, afirmação e valorização turística. E como implementamos esta estratégia? Um exemplo prático: no passado dia 26 de Abril uma empresa do nosso concelho apresentou a marca Encantos d’Ourém. Com os olhos postos na qualidade, no rigor, na valorização dos produtos e produtores do concelho de Ourém, foram lançados com a chancela Encantos d’Ourém, os seguintes produtos: o Petnat (espumante natural), o Petnat Rosé, o Vinho Tinto, o Vinho Medieval de Ourém, Azeite, Bolachas Artesanais, Mel Biológico, Pólen em Grão, Compotas Biológicas, Bolo do Arco, Cestaria e Souvenirs (objectos que resgatam memórias e se reportam a um destino turístico).
De braço dado com produtores locais e seguindo uma estratégia prévia, esta empresa aliou a qualidade à identidade, numa relação de confiança com o território. Esta acção potencia a economia local e coloca à disposição do mercado turístico um conjunto de produtos com a chancela do concelho, num processo de projecção e de reinvenção criativa que responde à procura, tendo por base o perfil do novo turista. Importa enaltecer estas iniciativas e saudar os nossos empresários que investem e assumem estas apostas.
Possuindo recursos endógenos de elevada dimensão e definindo as linhas de intervenção estratégica que conjuguem a iniciativa privada e o interesse público, podemos estimular e ampliar os fluxos turísticos no nosso território, com orientação interna e externa, visando uma afirmação distintiva à escala nacional e internacional.
João Caldeira Heitor
Professor no Instituto Superior de Gestão
Coordenador Científico da Licenciatura em Gestão do Turismo
