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Jorge Perfeito

23 de janeiro, 2020

Olhar de Frente – Ver Diferente

Esta é a primeira crónica do ano, pelo que começamos por desejar um bom ano de 2020 a todos os leitores, que é também o primeiro de uma nova década. Uma década em que Fátima será elevada a concelho, legítimo desiderato pelo qual todos ansiamos e desejamos se concretize. Os mais velhos insistirão em dizer com algum pessimismo e desconsolo, que isso é coisa que não irá acontecer nem daqui a cinquenta anos, ou que já não será no seu tempo. Felizmente que não são todos a pensar assim, e nem sequer a maioria. Para nós e outros como nós, em especial a juventude, a elevação de Fátima a concelho é uma aspiração e desígnio mais que legítimos e absolutamente inevitável. Mais, arriscamos ser mais peremptórios em afirmar que não será necessária uma década. Metade desse tempo é mais que suficiente, e só não será mais cedo porque este tipo de questões está dependente de certos formalismos perfeitamente calendarizados do ponto de vista político e legislativo. Como não se podem criar concelhos por mero despacho ministerial, é necessário aguardar pelo respectivo procedimento de revisão constitucional, para depois se operarem as respectivas alterações legislativas, etc...

Para já, este é um ano que deverá servir de antecâmara para que possamos discutir e reflectir aprofundada e serenamente acerca desta importante questão e de um certo número de coisas que lhes são adstringentes. Convém lembrar que o próximo ano de 2021, será ano de eleições autárquicas. Será também um ano em que se deverão realizar novos censos. São feitos de dez em dez anos. Estamos muito curiosos de ver quais serão os resultados, quais as estatísticas. Pela mera consulta dos cadernos eleitorais, nos últimos dez anos Fátima passou de cerca de 12 mil habitantes para mais de 11 mil eleitores. Nos últimos dez anos, a freguesia de Fátima recebeu um número significativo de emigrantes estrangeiros, que por cá se se radicaram, e alguns até optaram pela nacionalidade. Também para cá vieram viver e trabalhar cidadãos das freguesias limítrofes, tanto do concelho de Ourém, como de outros. Como e em que medida isso veio afectar e alterar, para o bem e para o mal, o tecido social da nossa freguesia e de que modo estamos ou não aptos para continuar a receber, não só quem nos visita, mas também quem nos escolhe para passar a residir definitivamente, são tudo questões que nos deverão merecer a melhor atenção, pelo que é imperioso reflectir sobre tudo isto. O que é que falta nos ainda, sendo certo que é muito? Quais as carências? Como proceder relativamente a este surto de desenvolvimento que se revela cada vez mais imparável e se quer equilibrado e sustentado?

É uma evidência que Fátima é uma terra de futuro, e com futuro. Que cidade, freguesia e concelho queremos continuar a edificar? A comunidade jovem é cada vez maior e mais qualificada. A nossa juventude frequenta os estabelecimentos de ensino e licenciam-se nas melhores universidades. Quantos mais entrarão e sairão, agora e durante os próximos dez anos? E os que já neste momento iniciam as suas actividades profissionais e daqui a dez anos verão as suas vidas e carreiras completamente consolidadas? Quantos ficarão por cá, e quantos escolherão outros destinos? Tudo questões que devem ser submetidas a análise e discussão em próximas campanhas eleitorais, sempre com o fito de continuarmos na senda do concelho que queremos e merecemos. Se é certo que os partidos políticos tradicionais, até agora se têm revelado completamente incapazes e ineficazes na projecção e análise destas e de outras questões, torna-se imperativo que sejamos nós, cada um de nós, a fazer com que tais questões sejam merecedoras da devida atenção, submetendo-as a discussão e análise. Novos e velhos, mais jovens ou menos jovens, o futuro estará sempre à frente de nós, e não espera por ninguém. Por isso mesmo, esta crónica pretende ser um alerta de esperança para se projectar esse futuro.

É bom que comecemos a reflectir seriamente sobre isso. Boa quinzena para todos, e bom ano.

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