Sintomático da perda de importância do concelho de Ourém (o 2º mais populoso do distrito) e da sua fraca representatividade política a nível nacional, é o facto de o PS não ter conseguido melhor que um 10.º lugar, suplente, não elegível directamente, na lista distrital para as eleições de 10 de Março. Já pela AD, não difere muito na substância, com o líder distrital do PSD e presidente da AMO, no segundo lugar.
As razões explicam-se facilmente. São o reflexo evidente do enleamento dos dois partidos, no que respeita à transversalidade dos circuitos de favorecimento e corrupção, na câmara e demais instituições, que fatalmente provocam consequências.
No caso de Ourém, isso foi visível desde que o Paulo Fonseca logrou ganhar as eleições para o PS, ao fim de mais de duas décadas de nepotismo autárquico laranja. Conseguiu-o mais pelo cansaço e desgaste desses anos de nepotismo dinástico, do que pelo mérito do programa e dinâmica das propostas.
A partir do primeiro momento em que se sentou no gabinete, Paulo Fonseca foi imediatamente feito refém e rodeado da corja de oportunistas “independentes” e “dissidentes”, oriundos do PSD concelhio, afectos a outra facção de dentro do partido, que o apoiaram. (Uma guerra de famílias de há muito, a disputar o controlo hegemónico albuquerquiano). Ao ganhar as eleições, Paulo Fonseca deparou-se exactamente com o mesmo problema que Costa enfrentaria anos mais tarde, quando obteve a maioria absoluta. Não tinha equipa, nem gente competente para integrar o executivo camarário.
Leia a notícia completa na edição impressa do Noticias de Fátima no dia 2 de fevereiro de 2024.
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