Depois das eleições europeias e de irmos todos a banhos, Marcelo ficará a menos de um ano de poder dissolver o parlamento e convocar novas eleições. Tal ocorrerá por volta de Julho do próximo ano. Mas antes disso, ainda terá que marcar a data das próximas autárquicas, entre Setembro e Outubro de 2025.
Se acaso tiver o azar de convocar novas eleições antes disso, o que seria absolutamente inédito em 50 anos de democracia, arrisca-se a sair pela porta pequena e a ficar nos anais pelos piores motivos. Mas tal não irá acontecer. Marcelo não se arriscará a tal. Mesmo que o orçamento (OGE) não seja aprovado, não é motivo para dissolver o parlamento, porque nada impede que o governo se mantenha em funções governando por duodécimos. O que inevitavelmente levantará uma questão de incoerência por parte do PR/comentador que justificou a primeira dissolução precisamente com o argumento esdrúxulo e falacioso de que o país não podia arriscar-se a ser governado por duodécimos, estando pendentes os milhões do PRR pós-pandemia. Foi pior a emenda que o soneto e o que veio depois. E como se não bastasse, ainda dissolveria uma vez mais, com uma maioria absoluta. Ninguém até agora entendeu os motivos que justificaram tamanhas atitudes, a que tipo de pressões e influências terá estado exposto. Um desastre absoluto. Talvez um dia tudo se saiba. Marcelo caiu no ridículo. Nunca até hoje, um presidente se viu exposto a tamanho enxovalho. Ainda por cima por um partido extremista, demagógico e populista, a que o próprio abriu as portas e estendeu a passadeira vermelha (irónica a cor). A política nacional está ao nível do chinelo. Nunca se viu coisa semelhante. E uma coisa resulta óbvia para quem não quiser fingir de cego.
Portugal não está preparado para fazer face aos problemas prementes que afectam toda a governança europeia e mundial, designadamente no que toca à segurança interna, ao fluxo migratório da questão dos refugiados, à corrupção e tráfico de influências (mas isso nunca esteve), que estão na génese de toda a instabilidade a que assistimos. Extinguiu-se o SEF e criou-se uma AIMA, que ninguém sabe bem o que é, nem como funciona. É de loucos e irresponsáveis. Enquanto isso, proliferam por todo o lado as redes de crime organizado, desde o narcotráfico, ao tráfico de divisas, branqueamento de capitais e imigração clandestina.
Marcelo disse um dia em entrevista que se via a acabar os seus dias num estado e ambiente contemplativo, talvez num convento, mosteiro, ou coisa que o valha. Mas como ele já disse tanta coisa e fez exactamente o contrário, não será nunca para ser tomado muito a sério. E no ano passado, em entrevista a Pinto Balsemão (que nunca esqueceu a traição), confessava-se católico e fatimista, admitindo que vinha a Fátima pelo menos de 15 em 15 dias. Se assim é, pois que os santos o iluminem e ajudem a acabar o mandato com digna serenidade, e contemplação, porque de dislates, já estamos um bocado cansados.
Até lá, o governo que continue em funções, a decidir o que já estava decidido.
Bonito, sem dúvida. Até à próxima
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