1. “Quem com ferros mata, com ferros morre”, diz o povo. A meia dúzia de meses das eleições autárquicas, o PS ficou sem candidato. Não tem programa para apresentar, nem alternativas que substituam o ex-candidato. Órfão de líder desde Paulo Fonseca, com José Manuel Alho em outras andanças, bem mais de acordo com os seus pergaminhos e competência, o PS concelhio não consegue ser alternativa e agoniza. Durante quatro anos não foi sequer oposição. António Gameiro era useiro e vezeiro em aparecer na imprensa, sempre por motivos pouco ou nada abonatórios. Sabiam bem que o referido personagem era um trambiqueiro e não inspirava confiança. Ou pelos menos, tinham por obrigação de saber. Sabe-se hoje, que esteve por detrás do desaire do Paulo Fonseca, que na altura poderia ter saído pela porta grande, mas foi convencido pelo dito personagem a recandidatar-se. O desfecho foi a humilhação que se viu, e Gameiro ajudou a enterrá-lo politicamente, acabando por se tornar no seu coveiro. Agora, acabou por acontecer-lhe o mesmo. O PS estirou-se ao comprido, está impreparado para disputar as próximas autárquica e o futuro político de Gameiro deverá ficar-se por aqui. Ponto é que, dentro das hostes do PSD, também nada de bom se augura. E já vieram a lume as duvidosas relações de cumplicidade entre João Moura e Gameiro, presidente e deputado da AMO, respectivamente. É caso para dizermos que fomos e continuamos muito bem governados. Se dúvidas persistem de que Fátima deve ser concelho, temos agora prova mais que sobeja.
2. Não costumamos opinar nem comentar os artigos de outros colaboradores deste jornal. Mas desta vez temos, temos que deixar aqui uma informação e um esclarecimento. A propósito dos 25 anos da cidade de Fátima, para o ano que vem de 2022, fez-se um comentário, em jeito de censura depreciativa, pelo facto de o PR Jorge Sampaio ter vetado a elevação de Fátima a concelho. Ora, nessa altura, o PR não vetou somente a criação do concelho de Fátima, mas também de Nelas e de Canas de Senhorim. Nem poderia ter agido de outro modo, pois que de acordo com a Constituição. Certas personagens do PSD local teimam na crítica, sem saberem do que estão a falar, e a induzirem as pessoas em erro. Na altura, Fátima não reunia as condições para ser concelho, dos pontos de vista tanto formais, como materiais. Basta confrontar a Lei 142/85 de 18 de Novembro, para daí se retirarem as devidas conclusões. Na verdade, todos os fatimenses foram na altura bem enganados e caíram num embuste. E quem desde o início esteve por detrás disso, bem sabendo que o desfecho seria o que foi e não outro, é a mesmíssima pessoa a quem agora se tecem loas pelos 25 anos da elevação de Fátima a cidade. Como disse, isto é apenas um esclarecimento que aqui fica, e nada mais do que isso.
Boa quinzena para todos, agora mais desconfinados, finalmente.