Se é certo que ninguém é santo, nem mesmo por estas bandas, e que como se costuma dizer, “dinheiro e santidade, é sempre menos do que a metade”, também é certo, que muito ficam a dever em termos de seriedade e idoneidade. A absoluta falta de transparência é encoberta pelo manto diáfano e esbranquiçado do pó que se solta da exploração das pedreiras, ou da alvura das indumentárias com que aparecem em certas festas megalómanas.
Por isso, é imperioso e premente discutir a criação do concelho de Fátima, durante a campanha para as próximas eleições autárquicas, a par destas e de outras coisas relevantes que nos devem interessar.
2. No próximo dia 8 de Junho, Edgar Morin celebrará 100 anos de vida, se a mesma lhe correr de feição. Sociólogo e livre pensador, continua dono de uma invejável lucidez de raciocínio, a julgar pela última entrevista que lhe li há menos de um ano. Teórico da modernidade e da chamada corrente do pensamento complexo e transdisciplinar, aliando as ciências sociais e humanas às ciências exactas, em que a política, o direito, a economia, a filosofia, a sociologia, a antropologia, interagem com a matemática, a física, a biologia e todas as demais ciências naturais e empíricas, vem desde há décadas alertando para os problemas sociais, ambientais e civilizacionais que afectam a humanidade, como os que estamos a viver actualmente. O mundo mudou, nada será como dantes. Desengane-se quem pensar o contrário ou ficar arreigado a atavismos. Não há outra solução que não a de trilharmos os novos caminhos e avançarmos em conjunto nas próximas décadas deste século, depositando esperança nas gerações mais novas e nas vindouras, para que o mundo fique melhor do que aquele que herdámos, que não melhorámos, e complacentemente deixámos, continuasse a destruir-se.
No advir dos novos tempos, é preciso reaprender a reflectir.
Tenham uma boa quinzena.