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José Paulo do Carmo

10 de julho, 2024

Abrir a porta ou perguntar primeiro, quem é?

A imigração é o tema do momento na Europa e por cá não é diferente. E não, não precisamos de ser racistas, nem xenófobos para nos preocuparmos com as possíveis implicações, sejam elas positivas ou negativas, para as nossas vidas e dos que nos são próximos. Uma coisa é certa, com a evolução da sociedade, a democratização da aviação e o aparecimento das companhias aéreas low cost, algumas com bilhetes ao preço “da uva mijona”, bem como a informação generalizada com as redes sociais e a internet, fizeram do mundo um local muito mais globalizado, com menos fronteiras e maior deslocação de pessoas. O problema é que a nossa mentalidade civilizada e excessivamente permissiva ao politicamente correcto, com problemas de consciência em relação às minorias e à nossa história, tornou-nos amorfos e subservientes.

 

Sim temos um problema claro de natalidade e precisamos de nos rejuvenescer e sim falta-nos mão de obra que queira fazer aquilo que os portugueses já não estão dispostos, seja pelos ordenados baixos ou por compensar mais receber subsídios para não fazer nada ou ainda receber uns trocos por fora. A questão é, até onde é que estamos dispostos a ir para abdicar da nossa segurança e dos nossos valores? Ainda na semana passada ouvi o líder de uma comunidade indostânica de Lisboa dizer que numa rua onde eles moram, querem que no espaço de 2/3 anos se proíba a venda de álcool. Eu já vivi fora de Portugal, fui à procura de outras experiências e condições de vida, sempre me tentei adaptar à cultura dos países para onde fui e sempre respeitei as suas tradições e formas de estar. Será que quem vem para cá não deve fazer o mesmo ou somos nós que temos que mudar?

 

A Europa é conhecida por ser um continente evoluído, solidário e que recebe de braços abertos. Quem nos procura, vem em busca dessa qualidade de vida que não tem nos seus países e de segurança. Por isso quem vem, tem que se adaptar aos nossos costumes, às nossas regras e cumprir as nossas leis. De outra forma estaremos a subverter todos os princípios pelos quais nos regemos. Sim, são bem-vindos se vierem por bem, sempre foram. Não, não devem ter as portas escancaradas de forma ilegal e muito menos se vêm com a intenção de dominar, de causar patifaria ou de nos quererem impor aquilo que defendem. Se não temos a capacidade e a coragem de definir limites e regras agora, estaremos a abrir espaço para que dentro de pouco tempo tenhamos uma parte da população contra a outra e estaremos a contribuir para que o que tanto nos orgulha desapareça de vez. O que queremos afinal? Cada um terá que fazer a sua escolha e pesar as consequências. Sempre me ensinaram, desde pequeno, que antes de abrir a porta pergunta-se, quem é?

 

 

 

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