Permitam-me nesta crónica alertar os mais desatentos (apesar de divulgados no site da Junta de Freguesia e em cartazes espalhados pela cidade, há sempre quem jure a pés juntos que não viu ou não foi informado) para três eventos relacionados com as comemorações dos 25 anos da cidade de Fátima que deveriam merecer a atenção e participação de todos.
Recentemente, foi inaugurada no Museu de Arte Sacra e Etnologia da Consolata uma exposição fotográfica, onde quem a percorre pode “regressar” ao nosso passado centenário. Estão expostas fotografias desde 1917, (ainda sem nenhuma construção visível) até aos anos 60, 70 do século XX. Do Barreiro da Moita à Lagoa da Carreira, das antigas pensões aos primeiros edifícios hoteleiros ou de restauração, memórias de edifícios que já desapareceram como a da antiga rodoviária, sem esquecer a construção do Santuário, é esta memória colectiva que permite recordar o que fomos no passado, bem como as grandes transformações porque passou esta aldeia, vila e actualmente cidade de Fátima.
A Junta de Freguesia continua a recolher estes testemunhos históricos e, para não caírem no esquecimento pretende, no próximo ano, publicar um livro celebrando a memória arquitectónica desta nossa cidade.
Nos dias 12 e 13 de Novembro, no salão da Ortiga realizar-se-á o Festival das Sopas do Verde, organizado pelo Clube de Veteranos. Integrada nas comemorações dos 25 anos da cidade de Fátima, procura manter viva uma tradição gastronómica típica da nossa terra. Hoje em dia, a gastronomia é um dos polos de atracção turística em crescimento, pelo que seria interessante, na minha modesta opinião, criar um festival anual das Sopas de Verde, que integrasse as diferentes associações da freguesia e restaurantes aderentes.
Finalmente, no dia 19 de Novembro realizar-se-á, no Hotel Cinquentenário, mais um dos ciclos de conferências/debate que reputamos de extrema importância para a nossa cidade. Sob o tema Urbanismo e Mobilidade Urbana, estarão presentes o arquitecto Luís Fadigas, Doutor em Planeamento Urbanístico, presidiu à Comissão Parlamentar de Equipamento Social e Ambiente e é autor de vários livros sobre Ordenamento do Território; a arquiteta Inês Marrazes, da Divisão da Organização do Território da Câmara Municipal da Marinha Grande, especialista em mobilidade urbana e a arquiteta Rita Afonso, Consultora/Coordenadora da Quaternaire, que fez a Revisão do Plano de Urbanização de Fátima.
Este debate permite-nos não só aprofundar o presente de Fátima, mas sobretudo debater qual poderá (ou deverá) ser o futuro da nossa cidade. Todos podem e devem participar, colocando as vossas dúvidas, as críticas, as sugestões… Que caminhos devemos percorrer no plano do urbanismo, para tornar a nossa cidade mais atractiva e com mais qualidade de vida para as crianças, os jovens, os menos jovens, a população idosa e quem nos visita? Qual a aposta que deve ser feita na mobilidade urbana nesta cidade em crescimento acelerado? Que erros urbanísticos estão a ser cometidos no presente e que devem ou podem ser evitados no futuro?
O título escolhido para as conferências/debate - “50 anos da cidade de Fátima, que futuro?” - reflete a preocupação de estarem abertas a toda a população, num debate sobre um futuro que se quer pensado com o contributo de todos e para todos. Basta aparecer. Por isso fica o nosso apelo à participação de todos os fatimenses no dia 19 de Novembro. Até porque o futuro da nossa cidade tem de ser construído com a mesma matéria prima do passado – as pessoas.
