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José Poças

21 de setembro, 2022

Ainda os 25 anos de cidade

Na sexta-feira, dia em que será distribuída esta edição do jornal, realiza-se um peddy paper por Fátima, destinado aos alunos do 7º ano de escolaridade dos 3 colégios de Fátima. Esta iniciativa da Junta de Freguesia faz parte do programa de Comemorações dos 25 da cidade de Fátima e visa dar a conhecer aos jovens, de forma lúdica, alguns dos aspectos sociais, culturais e monumentais da nossa cidade.

Também em Setembro, no dia 30, vai realizar-se um jantar temático na Escola de Hotelaria, tendo por referência produtos tradicionais da nossa região – o mel, o azeite, a abóbora e os chícharos. Nesse mesmo evento serão divulgadas as 3 fotografias que venceram o concurso fotográfico “O nosso património, Fátima – 25 anos”.

Estas iniciativas são formas simples, mas eficazes de ir preservando e divulgando a nossa identidade, a nossa cultura, o nosso passado e presente. Também por isso, em Outubro, a exposição fotográfica sobre o passado arquitectónico de Fátima (que esteve em exposição no Turismo) será apresentada no Museu de Arte Sacra e Etnologia da Consolata.

Nesse mesmo espaço será também apresentado o livro do III Festival Literário de Fátima Tábula Rasa. E porque é importante não só conhecermos o nosso passado mas preparamos o nosso futuro, no dia 19 de Novembro haverá a conferência/debate sobre urbanismo e ambiente, no Hotel Cinquentenário, com a presença da arquitecta da Câmara Municipal da Marinha Grande, Inês Marrazes, que abordará o tema da mobilidade urbana; do arquitecto Leonel Fadigas, doutor em Planeamento Urbanístico e autor de vários livros sobre Ambiente e Ordenamento do Território e da Paisagem, que falará sobre a questão urbanística de Fátima e a arquitecta Rute Afonso, da Quaternaire Portugal que abordará a revisão do Plano de Urbanização de Fátima. Pode e deve ser um dos momentos altos de reflexão para todos os fatimenses, sobre o que queremos para o futuro da nossa cidade.

Como nota final, deixamos um apontamento histórico do já longínquo ano de 1935. Na sua edição de 24 de Novembro, num artigo intitulado Urbanização de Fátima, o jornal Notícias de Ourém, referia que “a comissão encarregada do estudo do plano de urbanização de Fátima (Cova da Iria) tinha apresentado o seu parecer a Sua Ex.ª o Sr. Ministro, que nesse acto, declarou, à mesma, que iria tratar do assunto, com o carinho que lhe merecia tal melhoramento. Alegrou-nos o que lemos, porque é com verdadeira mágua, que presenceamos, todas as vezes que ali vamos, o abandono em que tudo está, na parte em que não só a Câmara, como o Governo, deviam intervir energicamente. Não ha o direito de consentir, a fóra do Santuário, aquele vergonhoso estendal de barracas imundas, aqueles caixotes e mesas à beira da estrada, em forma de tabernas de feira de gado, a que não falta o aluvião de pedintes, que não nos largam com as suas lamúrias em vários tons, (até a do desemprego), e a completa e nojenta exposição de maselas, que não só incomodam, como dão uma nota tristíssima e mesmo repugnante — imprópriade qualquer parte e especialmente daquele logar.”

Mais à frente o artigo referia ainda que “outro assunto a tratar, e de enorme importância, é o do trânsito, pois não tendo havido as necessárias providências no alargamento das curvas, na ocasião da reparação da estrada de Fátima, e sendo o movimento extraordinário, especialmente de Maio a Outubro, é preciso regularizar o serviço de forma que só se suba pela estrada de Fátima, descendo-se pela estrada da Moita e Atouguia, o que não é, nem difícil de conseguir, nem dispendioso, pois se pode regularizar todo o trânsito com uns quatro a seis guardas, estando um cantoneiro, como sinaleiro, na bifurcação da estrada que vem da Moita, com a da Fátima, visto que a curva, devido ao morro de terra, não deixa ver qualquer carro que venha do lado de Ourém. Feito isto, já a pequena largura da estrada pela Fátima deixaria de ter os inconvenientes actuais.”

Como se pode depreender pela leitura, a Fátima de hoje já nada tem a ver com a de 1935. Mas muito ainda há a fazer. Por isso é necessário que haja a participação cívica de todos os fatimenses, mobilizados em volta da discussão sobre o que queremos que seja o futuro da nossa cidade. É também para isso que devem servir estas comemorações dos 25 anos da cidade de Fátima.

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