Somos um país bipolar que devia ser caso de estudo mundial. Passamos rapidamente de momentos de euforia para o mais completo desânimo e apatia. O que aliás é aproveitado pelos nossos governantes para nos irem carregando de impostos, sem que esbocemos grande revolta. A não ser claro o mandar tinta aos governantes, estragando-lhes os fatos, o que vem ajudar imenso (estou a ser irónico, eu sei) a resolver os grandes problemas climáticos a nível mundial. É difícil perceber o objectivo de tais acções, mas vivemos em liberdade também para poder existir o velho direito ao disparate. Estou agora ansiosamente à espera de uma grande manifestação destes jovens de extrema esquerda em frente da embaixada da China, país que resolveu criar mais 15 centrais altamente poluentes de carvão. Tudo a bem do ambiente.
António Barreto, num ensaio escrito há já algum tempo, chama-nos “narcisistas, já que os pequenos gostam de se considerar grandes”. E de como julgamos que somos os melhores do mundo em alguma coisa. “No futebol, com os melhores treinadores e futebolistas. No atletismo, na natação e noutras modalidades não somos os melhores mas para lá caminhamos. Não há dúvida que os vinhos portugueses são os melhores do mundo. Tal como o azeite. Até as cidades de Lisboa e do Porto são alternadamente os melhores destinos turísticos do mundo.”
O problema é quando descemos ao mundo real e analisamos a nossa suposta qualidade de vida. Portugal é um país empobrecido. Claro que, conforme dizia Tevye, no filme Um violino no telhado, “não é vergonha ser pobre”. Só que acrescentava, “mas também não é orgulho nenhum”.
Leia a crónica competa na edição impressa de 03 de Novembro de 2023.
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