Ao arrumar uma gave ta em casa, encontrei, por mero acaso, uma edição do Noticias de Fátima de 30 de setembro de 1991. Uma das notícias em des taque, na primeira página, tinha por título “Centro de Saúde de Fátima – A obra desejada”, referindo que começou a funcionar em Novembro de 1989. Até aí, como muitos ainda se recor darão, havia em Fátima um Posto Médico, no primeiro andar de um prédio na Rua Jacinta Marto, sem grandes condições. Está agora em obras o edi fício da Junta de Freguesia cedido ao Centro de Saúde. Apesar de se aplaudir esta reforma estrutural, preten dendo dar-se mais condi ções de trabalho e dignidade aos profissionais de saúde e também melhorar a qua lidade de atendimento aos utentes, há uma velha ques tão que se pode colocar em cima da mesa: como se vai melhorar o estacionamento junto ao edifício? Todos nós sabemos a dificuldade em arranjar um lugar de esta cionamento quando nos di rigimos ao Centro de Saúde, muitas vezes com pessoas idosas, doentes, com difi culdades de locomoção. Não teria sido possível pensar e projetar com o Ministério da Saúde uma solução a longo prazo, deslocalizan do o Centro de Saúde para uma zona onde se pudesse construir um desafogado parque de estacionamento? Será que o investimento que está a ser gasto na remode lação do edifício não daria para ajudar a construir um novo edifício, projectado de raiz? Como será o Centro de Saúde, quanto à sua capa cidade de resposta, daqui a 25 anos? Na página 7, surge o arti go intitulado “Novo Merca do em Fátima – A aspiração merecida” em que se suspi ra por um mercado coberto, que tivesse condições de uti lização, havendo, segundo o Engenheiro Desidério, duas hipóteses para a sua construção, “um localiza do entre a Rotunda Sul e a Igreja Paroquial de Fátima (…) um outro (…) situado na Cova da Iria, do lado norte do Santuário”. Hoje, como to dos sabemos, temos um mercado renovado. Com as últimas obras ali feitas pela Junta de Freguesia e estando situado estrategi camente junto ao centro da cidade de Fátima, tem sido escolhido para a realização dos mais variados eventos. Ainda no pretérito Domin go decorreu o “Mercado do Artesão”, que teve também a colaboração de algumas instituições da freguesia e que foi visitado por cente nas de pessoas. Este mercado polivalen te cada vez mais se vai afir mando como espaço para diversas actividades, servin do também como local de convívio e de promoção da nossa terra. Só neste mês de Abril foi palco de um jantar/ apresentação de um espec táculo pela Academia/Asso ciação Reme Rodrigues e da Caça ao Ovo Sénior 2025 da Arca da Aliança, com a pre sença de outras instituições seniores. Aposta ganha, por certo. Não poderia terminar este artigo sem referir a impor tância da celebração pascal. Recorro ao teólogo Tomáš Halík (um dos meus pila res), que em várias de suas obras aborda a experiência da ressurreição e a sua im portância no contexto da fé cristã. A Páscoa não é ape nas um evento histórico ou teológico, mas também uma experiência existencial e espiritual. Através da res surreição, Cristo demonstra que a salvação é possível e acessível a todos os que creem. Halík defende a ressur reição de Cristo como um “novo começo”, um convite para uma renovação espiri tual pessoal e comunitária. Nas suas reflexões sobre a Páscoa, convida os cristãos a viverem-na de maneira concreta em suas vidas, não apenas como uma celebra ção litúrgica, mas como um chamado para transformar a realidade quotidiana e as relações humanas. Ele acredita que a ressur reição é uma mensagem de esperança e renovação, es pecialmente em tempos de crise e incerteza, como as que vivemos hoje em dia. Assim seja. Boa Páscoa para todos.