1. Descobriram agora em Espanha, depois de um abusivo beijo (e que deve ter consequências, claro) dado pelo boçal Presidente da poderosíssima Federação Espanhola de Futebol, que afinal Luis Rubiales tinha um passado sombrio e que a sua vida estava recheada de episódios de corrupção. Exige-se agora, em manifestações de rua, que se limpe a imagem do futebol, expulsando este tipo de gente. Conseguimos ser muito hipócritas. Deixem-me dar apenas quatro exemplos. Em 1986, Maradona entrou em campo envergando uma camisola onde estava escrito “Não às drogas”, quando toda a gente sabia como era na sua vida privada. Aliás, anos depois, sofreu uma overdose. Platini entrou em campo com uma camisola onde estava escrito “Não à corrupção”. Anos depois, como presidente da UEFA, foi preso precisamente … por corrupção. Pelé, no término da sua carreira profissional, disse que o mundo deveria cuidar melhor das crianças. Alguns anos depois, recusou-se a reconhecer a própria filha. E se pensarmos que o príncipe saudita Mohammed bin Salman (que tem interesses também no futebol francês e inglês) ordenou em 2018 o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, cujo corpo foi decepado e desmembrado no consulado de Istambul, tendo uma reacção dos países ditos democráticos tão fraquinha … que moral podemos tirar de todas estas histórias?
2. Ainda algumas reflexões sobre as Jornadas Mundiais da Juventude. Em primeiro lugar porque serviram para desmascarar os extremismos que por aqui andam. A extrema direita amuou e nem sequer quis estar presente nas cerimónias. Mas mesmo assim deu para perceber o fraquinho que têm pela facção mais conservadora da Igreja. Mas o que é estranho são os critérios da nossa imprensa. Se há a tendência para exporem (e bem) as posições da extrema direita, curiosamente quando é a extrema esquerda que põe em causa os valores democráticos, há uma certa condescendência para com esta gente «bem intencionada». E assim fomos assistindo antes e durante as Jornadas Mundiais da Juventude a um mal dissimulado ódio à Igreja Católica, fazendo ressurgir a célebre frase de Afonso Costa que, durante a Primeira República afirmou “iria acabar com a Igreja Católica em duas gerações”. Quem visse por exemplo Joana Amaral Dias e os seus comentários na televisão dificilmente podia compreender as suas afirmações. Ou talvez não, se as pessoas se dessem ao trabalho de lerem os programas destes partidos.
Leia a crónica completa na edição impressa do Notícias de Fátima de 08 de Setembro de 2023.
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