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José Poças

5 de junho, 2020

Já a pensar em 2030

Aos poucos vamos retomando o ritmo normal da nossa vida. Ainda um pouco incrédulos, começamos agora a sair de uma letargia forçada e vamo‑nos dando conta que o confinamento nos roubou meses de vida. Nós, portugueses, que pertencemos à chamada Europa do Sul, temos toda uma história latina, em que nos está no sangue a necessidade de exteriorizar afectos, nós que somos, como disse um dia o escritor galego Unamano, "povos que têm a vista e a alma nos braços e nas mãos".

 

Agora vivemos tempos com emoções contidas e os abraços são apenas virtuais. Para aqueles que como eu têm um familiar num lar da terceira idade, os dias são ainda mais dolorosos, devido ao distanciamento imposto pelo Corona Vírus.

 

Fátima entretanto vai‑se reerguendo. Vão desaparecendo os vestígios do confinamento. As ruas centrais vão deixando de ter ervas a crescer no meio do empedrado, a circulação automóvel voltou (quase) ao normal, há mais pessoas nas ruas e os estabelecimentos comerciais vão abrindo aos poucos, bem como os hotéis.

 

Algumas notícias vão‑nos também reconfortando. É salutar constatar que a Câmara Municipal se preocupa em preservar memórias, recordando ilustres fatimenses que se vão destacando na nossa comunidade. É o caso do saudoso Francisco Vieira, que tão cedo nos deixou. No dia 20 de Junho, Dia da Cidade e do Município de Ourém, numa cerimónia mais do que merecida, será atribuído o nome de Praça Dr. Francisco Vieira ao largo que existe junto da Escola Profissional, na sede do nosso município.

 

Permitam‑me também recordar quão justo seria também fazer uma homenagem póstuma a dois ilustres fatimenses que nos deixaram recentemente e que muito contribuíram com o seu entusiasmo, dedicação e altruísmo para o desenvolvimento da nossa terra.

 

Um nome incontornável ligado a Fátima é, sem sombra de dúvidas, Albino Frazão Ferreira Cecílio, antigo presidente da Junta de Freguesia de Fátima (1980 a 1985) e da Assembleia de Freguesia (2005 a 2009), que morreu no passado dia 3 de Abril.

 

Um outro nome que não pode ser esquecido é Luís Vieira Marques. Homem visionário, esteve na génese da criação da Casa do Povo de Fátima. Enquanto seu dirigente, desenvolveu um trabalho notável na componente social, melhorando a vida dos trabalhadores rurais da freguesia, ao proporcionar‑lhes as mesmas regalias que os Centros de Segurança Social concediam aos restantes trabalhadores. Na componente cultural, entre outras iniciativas, o seu nome estará para sempre ligado à iniciativa da criação do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Fátima. O Ti Luís, como era carinhosamente tratado, foi sempre uma figura modesta mas merece ser devidamente lembrado pelo seu abnegado trabalho em prol do associativismo na nossa terra.

 

Uma palavra final para lembrar os mais desatentos que, no âmbito do processo de revisão do Plano de Urbanização da Cidade de Fátima, a Câmara Municipal está a promover um inquérito/diagnóstico intitulado Documento Estratégico Fátima 2030. Saúda‑se o facto de haver a preocupação política de pedir a participação pública na reflexão sobre uma visão estratégia de médio prazo para a nossa freguesia.

Cabe agora, a todos nós, aceder ao portal da Câmara e participar massivamente no inquérito, vincando não só as carências estruturais que sentimos no nosso dia a dia, mas também as estratégias que, na nossa opinião, deverão ser implementadas para um desenvolvimento sustentável de Fátima em 2030.

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