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Miguel Ferreira

2 de dezembro, 2022

Finja até que atinja!

Por que razão fingir nos ajuda?! Tal como nos disse Einstein, “a imaginação é mais poderosa do que o conhecimento”.

Desde pequenos que certamente descobrimos isto. De facto, é nas brincadeiras que a criança começa a desenvolver o seu potencial, “fazendo de conta”, e a criar o respectivo lugar no mundo. Ora, esta estratégia subconsciente é talvez a principal fonte da motivação, pois leva‐nos a criar cenários possíveis e, a partir daí, direccionar a nossa atenção para as provas reais de um caminho que nos pode satisfazer.

Nesta linha, e com o intuito de fundamentar a ideia apresentada, reporto‐me ao ano de 2003, mais concretamente, ao momento em que, por acaso, tropecei na PNL (Programação Neurolinguística).

Nesse fim de semana, dei‐me conta que o principal causador na minha experiência real, era eu mesmo, sobretudo, pela forma como percebia e vivia a realidade em termos subjectivos e imaginários. Neste processo, foi fundamental compreender as leis da mente e a forma como isso influencia o sistema neurológico e nos provoca as sensações. Este foi apenas o início duma enorme cruzada!

Posto isto, importa salientar que todos temos a capacidade de criar cenários mentais que nos podem apoiar ou prejudicar, e fazemo‐lo a todo o instante de forma inconsciente, através da interpretação do que nos rodeia, numa espécie de “piloto automático” que é co‐criador de tudo o que sucede à nossa volta. A razão para que tal suceda tem a ver com o facto de que o nosso cérebro não é capaz de diferenciar o que real do que é fantasia. Por exemplo, quando fingimos confiança, activamos as áreas do cérebro que correspondem à confiança real.

A maior diferença entre um pensamento falso e um pensamento não falso é o que surge após o pensamento inicial. Se dissermos a nós mesmos que estamos confiantes e deixamos o processo de pensamento acabar por aí, não procurando provas ou justificativas, então estaremos perante um pensamento real. Se, no entanto, o refutarmos, a mente conduzir‐nos‐á para fora desse sentimento.

Quer isto dizer que quanto mais “fingirmos” uma emoção, mais os caminhos que correspondem à emoção verdadeira se fortalecem no cérebro. O que resulta em mais confiança real. No fundo, estamos a treinar o cérebro para sentir emoções reais, fingindo‐as. Cedo ou tarde as emoções tornar‐se‐ão tão naturais que o cérebro simples‐ mente as aceita como realidade, tentando encontrar provas de que estamos certos (Viés de Confirma‐ ção), enquanto cria mais situações que reiteram/ provam essa mesma crença (Profecia auto‐realizável).

Perante esta descoberta, poderá surgir a ideia de que tudo é possível, se assim acreditarmos.

E o contrário a mesma coisa.

Logo, será fundamental retomar ao “faz de conta” da infância, dentro do que é realisticamente viável e, a partir daqui criar hipóteses. É possível que o impossível se torne possível. Basta abrirmo‐nos à possibilidade de imaginar, de ousar fingir e criar o que se pretende atingir, ser, viver ou experienciar.

Como alguém disse: “assuma as rédeas da vida e decida como se quer sentir.” Não fique à mercê do acaso e dos acontecimentos. 

Finja, finja.... até que atinja!

Bem hajam.

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