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Miguel Ferreira

22 de maio, 2020

Hábitos mentais que causam negatividade (parte 1)

Cada vez mais é sabido que a forma como interpretamos os acontecimentos, os pensamentos que passam pela nossa cabeça e as explicações que damos sobre como é que funciona o mundo, afectam‑nos directamente.

 

É claro que ninguém se quer tornar numa pessoa negativa, e é normal que perante momentos mais difíceis, possa surgir uma visão mais “negra” da realidade.

 

Então, mesmo perante adversidades, se quer ter uma visão mais esperançosa e optimista, veja se consegue diminuir estes hábitos mentais e a partir daí, faça o que tem de fazer para melhor viver a sua vida:

 

Não perdoar os outros

 

Este hábito é provavelmente dos mais prejudiciais para a nossa saúde física e psíquica. Para muitas pessoas, perdoar significa esquecer algo que lhes aconteceu, muitas vezes dizendo que já está tudo bem, mas que na realidade não está. O que o “verdadeiro perdão” significa, permitir livrar‑se do ressentimento de ter sido injustiçado, aceitar algo que ocorreu mal e acreditar que merece seguir em frente. É sobretudo, abandonar a ideia de vingar‑se da outra pessoa, deixar de pensar em “acertas as contas”, pois enquanto assim se permitir estar, irá corroer o seu bem‑estar emocional. Este perdão não irá minimizar o erro das acções da outra pessoa, irá sobretudo permitir aliviar‑se do sofrimento que isso lhe causou. O “perdão” como atitude consciente e sincera está associado à redução da depressão, stresse e hostilidade, para além de melhorar a auto‑estima e até mesmo a saúde física. Ao conseguir olhar para os seus benefícios, entenderá que se trata de ser gentil consigo mesmo, e não, sobre estar a fazer um favor à outra pessoa.


Não se perdoar a si mesmo

 

Ainda mais gentil é permitir‑se superar os seus próprios erros. Um único erro na vida, podem‑no levar ao arrependimento, constrangimento, vergonha e culpa para o resto da vida. Permanecer neste tipo de pensamentos negativos, irá viver em stresse e com uma visão pessimista, desenvolvendo em si uma dinâmica na qual irá ver o mundo duma maneira amarga ‑ acreditando que será indigno de se sentir bem. Para reduzir os sentimentos e sintomas de depressão, é fundamental, perdoar‑se a si mesmo, mas para tal, há que identificá‑los e percebê‑los. Pare de fugir aos mesmos! Dando‑se conta que, está numa luta interminável com os seus pensamentos, procurando “raciocinar” para fugir deles, aprenda a aceitar a sua presença, sem lhes dar significado. São apenas recordações de uma mesma situação e já não fazem parte do presente. Viva mais o aqui e agora.

 

Pensamentos de tudo ou nada

 

Este pensamento de “tudo ou nada”, também é uma das principais causas duma variedade de estados psicológicos doentios, tais como, as desordens de ansiedade, entre as quais o pânico, a baixa auto‑estima, o perfeccionismo e o desespero. Este tipo de estado emocional está directamente ligado a padrões mais ou menos ocultos de pensamentos disfuncionais, ou seja, uma visão de mundo negativa ou muito rígida que parece maior do que realmente é. Ao mantém o seu foco mental no que está errado, em vez do está certo, ou apenas ver o lado mau das pessoas, em vez de compreender que essa manifestação é apenas um comportamento e não o todo da pessoa, poderá estar a prejudicar‑se a si mesmo.

 

Aprenda a relativizar e a entender, que nem tudo é bom ou mau por si mesmo, e que o significado de tudo existe na sua forma de interpretar e não naquilo que realmente a realidade é.

Bem hajam, e procurem mudar estes hábitos.

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