Na sequência dos artigos anteriores, vale a pena rever também se possui algum destes três hábitos que provocam a negatividade e consequente falta de resultados e significado na vida.
Acreditar no “Ah, quando eu...”.
“Ah, quando eu conhecer a pessoa ideal / ah, quando conseguir a promoção / ah, quando perder aqueles 10 quilos / ah, quando morar numa casa maior / ah, quando os meus filhos tiverem vidas independentes e bem‑sucedidas… então ai irei ser feliz”.
O mito da chegada refere‑se à crença de que quando “chegar” a um determinado ponto da sua vida, tudo se encaixará e a sua vida finalmente começará. Esta crença de que tudo irá melhorar quando alcançar algo desejável, pode ser quase tão prejudicial como o não acreditar que as coisas vão melhorar, uma vez que o vai deixar decepcionado quando as coisas realmente não melhoram. Fazer depender a nossa felicidade da espera, ou nas mãos dum evento de vida aleatório pode ou não ter qualquer efeito sobre a nossa felicidade – uma vez que estamos a dar demasiado poder a uma situação externa que pode não depender só de nós mesmos. Esta forma de estar condicionada, tira‑nos a capacidade de viver em felicidade e alegria, não usufruindo do caminho que é a vida, uma vez que estamos muito focados no destino. Mais importante que o destino é, pois, a forma como vive o caminho para o destino, mesmo que nunca lá chegue.
Generalizações excessivas
Este é um dos “erros cognitivos” que identifica Aaron Beck e que nos coloca num grande risco de depressão, e muitas vezes manifesta‑se em acreditar que se falharmos numa coisa, iremos falhar em tudo. O hábito de generalizar demais – transforma um monte de terra numa montanha – sendo também este padrão de pensamento associado às pessoas que têm uma visão negativa sobre tudo o que as rodeia.
Muitas vezes, esse tipo de pensamento aparece sobre a forma de “paranóia”: “Estenda a alguém a mão e esse alguém irá querer o seu braço” ou “se permitir, todo as pessoas irão abusar de si.” É real que nem todas as pessoas são modelos de virtudes, mas também é real que há muitas pessoas bondosas e generosas. Só porque há pessoas abusadores golpistas não significa que tenha de parar de ajudar todos os que não o são. Portanto, dê‑se conta das suas ideias e crenças generalistas que o levam a olhar para o mundo como um lugar perigoso ou hostil, pois dessa forma, está em primeira instância a prejudicar‑se a si mesmo, gerando essa mesmo hostilidade no seu interior.
Não praticar gratidão
O não ser grato por tudo é uma escolha. Ou podemos passar a vida inteira a reclamar de todas as adversidades que impedem os meus desejos, ou até mesmo, reclamar a fila de espera para o restaurante ou mesmo a multa imprevista que me vai estragar os planos financeiros.
Amargurar‑nos a vida pela ingratidão só nos vai prejudicar ainda mais. Há quem diga que a gratidão é a emoção da “alma”. Através da prática constante da gratidão pelas coisas grandes e pequenas, poderemos ser pessoas mais entusiastas e com acções que podem levar à evolução, bem como grandes benefícios para a saúde mental, emocional e física – aprimorando o sistema imunológico e a saúde do coração, entre muitos outros.
Ser saudável é uma escolha e está ao alcance de qualquer um.
Bem hajam.