Todos conhecemos Romeu e Julieta. É pouco provável que alguém se sinta deslocado ao ouvir estes nomes. Apesar da grande tradição que precede a tragédia, foi no renascimento que os jovens amantes encontraram o autor que os levou à celebração universal. Convido-vos, então, a visitar a obra de O Bardo, William Shakespeare.
Apesar das inúmeras referências de época, integram na peça temas intemporais. Se, por um lado, todos a reconhecem como um dos expoentes românticos, há também que ressalvar que a obra não se esquece de levantar perguntas que não são facilmente respondidas; apesar do amor que a adorna, grande parte do seu esplendor permanece na nossa capacidade de duvidar.
As personagens de Shakespeare deslumbram-nos e, também, Romeu e Julieta vêm prestar testemunho ao seu génio. Os jovens, assim como aqueles que os acompanham, são elementos complexos, com emoções fortes, capazes de recordar e pensar; as suas palavras, às quais eles mesmos estão atentos, revelam-nos que um saber que ansiamos descobrir. A linguagem de Shakespeare é riquíssima e a sua exploração da metáfora, através dos vários cenários, proporciona um abrandamento agradável ao ritmo da nossa leitura, abrindo espaço às suas alusões e significados.
É no céu que as estrelas traçam os destinos, mas é em Verona que o mundo ameaça aqueles que amam. Romeu e Julieta encontram-se em segredo, apaixonam-se entre disputas e, muito depressa, nasce entre eles aquilo que precisa de ser eternizado. É verdade que o casamento é, para eles, da lei comum. Mas o que significam as leis quando se segue o coração? O que se pode sobrepor a um amor eterno? Haverá regras para amar?
A tragédia é acessível a grande parte dos leitores, mas mantém um desafio inegável para aqueles que procuram desvendar mais da sua história.