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Tiago Marto

20 de fevereiro, 2021

É urgente avançar!

Em 2020, a quebra turística em Fátima ascendeu aos 78%. Números assustadores, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que colocam Fátima como a cidade mais afectada a nível nacional, inclusivamente à frente de Lisboa e Porto, dois dos destinos turísticos mais ecléticos de Portugal.

Numa cidade com as características de Fátima, em que a predominância económica está, invariavelmente, ligada ao turismo religioso (directa ou indirectamente), estes números têm um impacto ainda maior pois não existem áreas do tecido económico local suficientemente diversificadas para diluir este impacto.

Estas características específicas da nossa cidade obrigam a que sejam adoptadas, desse modo, medidas de carácter específico que visem solucionar os problemas imediatos que a pandemia causou e que ninguém, há apenas um ano, previa; mas também permita que, de certa forma, se actue de forma preventiva para uma próxima eventualidade deste ou de outro género.

E quer sejam nas medidas a curto prazo ou nas medidas a médio e longo prazo, penso que é importante duas coisas: ter um objectivo muito claro do que queremos para Fátima e temos de ter uma indiscutível união de toda a comunidade em prol de um bem e de um objectivo comum. Não podem haver distinções: empresários, trabalhadores das várias áreas, comunidade religiosa, órgãos políticos e governativos, população jovem, etc. Todos temos de ser parte activa deste “renascer” pós‑pandemia.

Bem sei que é mais fácil falar do que fazer, mas certamente que sem união, o caminho será ainda mais difícil. E sem um objectivo claro e bem definido, nunca se poderá definir as estratégias necessárias para avançar.

“Estancar a hemorragia” actual e ultrapassar esta situação desesperante é imperativo. E começam a ser anunciadas medidas por parte do município que têm como objectivo lidar com esta situação no imediato. Mas é também importante o planeamento futuro.

Após a 2ª Guerra Mundial, com o objectivo de recuperar uma Europa devastada pelos seis anos de batalha, o Plano Marshall foi posto em prática. Mais do que um mero financiamento (ainda que muito importante) do esforço pós‑guerra, este plano permitiu remover barreiras comerciais, modernizar a indústria, melhorar a prosperidade europeia e a criação de modelos de negócios mais modernos e adequados ao futuro. Nessa fase foram lançadas as bases para uma recuperação económica que a Europa viria a viver nas décadas seguintes e que a tornou num dos Continentes mais prósperos do mundo.

Devemos aprender com o passado para melhor planear o futuro. E esta fase poderá ser importante para que uma nova identidade seja criada para Fátima e que nos torne mais competitivos e, quem sabe, um exemplo para o resto do País.

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