Do que ainda há a fazer, o presidente da CEP em cessação de funções refere o “campo da comunicação interna e externa, da linguagem utilizada e do modo actual de transmitir e receber”.
De 2013, lembra D. Manuel Clemente no discurso de abertura dos trabalhos da assembleia-plenária, “estávamos a sair duma grave crise económica e social, como agora estamos noutra, trazida pela pandemia”.
“Houve debates socioculturais muito fortes, por atingirem pontos essenciais da vida e do que ela requer. Disseram e dizem respeito ao princípio e ao fim da existência humana, da conceção à morte natural, posta em causa pelo aborto e a eutanásia. Continuaremos a expressar-nos com serenidade e clareza, pois, aqui como em tudo, importa mais convencer do que vencer”, reitera.
O cardeal patriarca de Lisboa recorda também outros posicionamentos defendidos pela CEP, tais como “o trabalho e a subsistência digna das pessoas e das famílias, inclusive de quem chega, por imigração ou refúgio” e os “temas culturais propriamente ditos, como os respeitantes à liberdade de aprender e ensinar, segundo a escolha de pais e encarregados de educação”.
Sobre os aspectos que antevê importantes para o futuro da CEP e da Igreja em Portugal, D. Manuel Clemente, referiu a área a comunicação, dando continuidade a “um bom caminho”, que “deve continuar a fazer-se”.
“Basta reparar na vivacidade dos pronunciamentos provindos de associações e movimentos do laicado católico, familiares, profissionais ou juvenis. Verificou-se, aliás, a renovação de várias formas associativas e apostólicas, quase retomando o espírito da antiga Ação Católica, distribuída pelos diferentes meios socioprofissionais: médicos, enfermeiros, gestores, professores, juristas…”, lembrou.
A par disto, o cardeal patriarca de Lisboa salienta “a movimentação juvenil que liga bem Evangelho e missão, como o que acontece em torno da Missão País e outras atividades congéneres, que mobilizam anualmente milhares de estudantes universitários” e que foi “neste e noutros grupos” que nasceu “a proposta duma Jornada Mundial da Juventude, como o Papa Francisco marcou para Lisboa em 2023”.
Relembrando a acção e os apelos do Papa Francisco, D. Manuel Clemente propõe uma CEP que avance “em prática sinodal e projecção missionária, como o Papa Francisco sempre e bem requer”.
Os bispos portugueses estão reunidos no Santuário de Fátima à próxima quarta-feira, dia 17 de junho.
Em entrevista à Agência Ecclesia, o secretário da CEP, padre Manuel Barbosa, esclarece que “as eleições começam pelos membros do Conselho Permanente: Presidente e Vice-Presidente, que devem ser Bispos Diocesanos; Secretário, que pode ser Bispo ou Presbítero; cinco Vogais, que podem ser Bispos Diocesanos ou Auxiliares”, acrescentando que o patriarca de Lisboa “é membro de direito do Conselho Permanente”.
De acordo com os Estatutos da CEP, o novo Conselho Permanente entra em funções logo após a sua eleição.
Créditos da fotografia: Agência Ecclesia