Contudo, a emoção toma sempre conta dela à chegada ao santuário. “É uma coisa que não se explica, vive-se (…) “É uma alegria tão grande, tão grande, uns choram, outros abraçam-se…”, conta esta peregrina e responsável do grupo, de 77 anos, que fez o percurso a pé desde Tires, Cascais, até Fátima. No total, percorreu 142 quilómetros – aproximadamente 30 quilómetros por dia. Irene não caminhou sozinha, veio integrada num grupo de 38 pessoas, que pernoitaram em casas do povo e seminários. Uns vieram pela primeira vez, outros não. Para Irene, foi fácil fazer a peregrinação, mas há pessoas para quem é mais difícil. “Não estão habituadas, outras são mais velhinhas”, como é o caso de “uma senhora com 82 anos no grupo”. Contudo, “ninguém fica para trás”, assegura.
Há 18 anos a fazer a peregrinação a Fátima, Irene partilha o que a traz cá todos os anos: “É esta preocupação de poder espalhar a devoção ao Coração Imaculado de Maria e promover a possibilidade de catequese, de vivência, de experiência interior, de espiritualidade com Nossa Senhora, que nos conduz a Jesus”. Salienta ainda que a peregrinação não termina aqui. “Nós temos um grupo de peregrinos que vem todos os primeiros sábados a Fátima”, conta esta catequista, que também já recorreu à ajuda de Nossa Senhora de Fátima. Estávamos em 2020, ano em que a peregrinação de Maio se realizou sem peregrinos devido à pandemia de Covid-19. Irene foi convidada para participar na peregrinação, enquanto responsável de peregrinos a pé. “Eu senti nesta eleição uma graça da Mãe do Céu, porque na altura andava muito em baixo” e, ao mesmo tempo, “senti que Nossa Senhora me estava a fazer um convite para o serviço e disse: Eis-me aqui, tal como Ela disse ‘Senhor, aqui estou’”.
Há cinco anos que Raquel Rodrigues faz a pé o caminho de Rio Mouro, Sintra, a Fátima. Vem com um grupo de 55 pessoas e não esconde que é um desafio “difícil”, já que “são muitos quilómetros”. No total, cerca de 140 quilómetros, percorridos em quatro dias, a uma média de 40 quilómetros por dia. Ainda assim, nunca pensou em desistir e nos momentos mais difíceis basta-lhe a fé. “Temos de acreditar, está tudo na nossa cabeça e no nosso coração, porque vamos chegar aqui, à Casa da Mãe” e à chegada não há palavras para descrever o sentimento que lhe invade o coração. “É lindo, maravilhoso, vêm-nos sempre as lágrimas aos olhos”, afirma Raquel, que não fez nenhuma promessa, veio apenas agradecer a Nossa Senhora.
Leia a notícia completa na edição impressa do Noticias de Fátima no dia 24 de maio de 2024.
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